Os dois deixaram a casa do tio Barney logo pela manhã. Kurt prometeu que voltaria para o almoço, mas Finn disse que talvez voltaria um pouco tarde. Sob protestos, o quarterback se viu obrigado a ter um passeio turístico pela Bela Nova York – não que nunca tivesse visitado a cidade, e foi somente uma e quando ainda era uma criança. Pelo passeio do McKinley. – ao lado do meio irmão. Usando uma roupa completamente fashion e com uns óculos gigantes no rosto, Kurt desceu do carro em direção as dezenas de lojas numa certa avenida. Finn agradeceu e olhou para o endereço que Hiram, um dos pais dela, tinha lhe dado na noite anterior. "Leroy não pode desconfiar que você está indo visitá-la, Finn! Tente manter essa boca fechada quando vier aqui em casa!", lembrou das palavras dele. Engatou a primeira e acelerou.
Finn perguntou o motivo daquilo ser chamado de "acampamento" se nem ao menos era um de verdade. O adolescente estava parado em frente a um enorme casarão – uma mansão na verdade – e ao longe, no alto das colinas do terreno da casa podia-se ver os membros do "acampamento" realizando as suas atividades.
- Posso ajudá-lo?
O garoto sobressaltou e fitou o homem trajado numa roupa esportiva parado em frente aos portões do local.
- Estou procurando por uma... Aluna. Rachel Barbara Berry. – respondeu vacilante. Ainda estava assustado.
- Qual nível? – homem tornou a indagá-lo. Finn não tinha a mínima idéia do que ele estava falando. Apenas balançou os ombros em frustração.
- Você deve saber quem é... Baixinha, cabelos longos e ondulados, meias três quartos, geralmente gosta de usar saias. É a garota mais bonita aí dentro, cara! – brincou, mas com um tom de sinceridade em sua voz. O outro não esboçou qualquer reação. – Olha, eu e o meu irmão – pausou gostando da sonoridade daquilo – saímos de Ohio ontem pela manhã e dirigimos até aqui somente para vê-la. Quero dizer, ele só veio para fazer compras, mas eu quero ver a Rachel. – completou com um olhar implorador.
- E o que eu tenho a ver com isso? – homem do uniforme esportivo retorquiu.
Sim, ele não estava sendo de grande ajuda.
- Certo, você não quer ajudar, tudo bem. Mas eu não vou sair daqui enquanto não falar com ela. – Finn respondeu confiante.
- Problema é seu. – falou mais uma vez de maneira rude e se afastando.
O garoto arregalou os olhos não acreditando que ele iria mesmo deixá-lo ali. Tinha que pensar em algo, e rápido. Não queria ter feito toda aquela viagem cansativa em vão. E ele soltou a primeira idéia que lhe veio na cabeça.
- Eu não só vou ficar aqui, mas como vou gritar. E não vou parar até que ela saiba que Finn Hudson, o seu namorado está aqui! Você ouviu, seu... Seu... Seu engomadinho de quinta categoria e mal-educado! – ele foi ignorado. – Você está achado que eu estou de brincadeira? RAAAAAAAAACHEEEEEEEEEEELLL! RAAAAAAAAAACHEL! RACHEEEEEEEEEEL BEEEERRY! ! – começou a gritar desesperadamente entre as grades do portão.
E ele permaneceu gritando por pelo menos dez minutos até que finalmente ouviu o barulho do portão. Ele estava abrindo e pelo caminho de pedras que seguia em direção à mansão descia uma mulher. Finn entrou e foi de encontro a ela.
- Eu deixo você ficar aqui o tempo que você quiser se me prometer parar com esse escândalo. – ela falou antes que Finn pudesse fizer qualquer coisa antes.
Devia ter uns quarenta e poucos anos, ele calculou. Era bonita e estava bem vestida. Cabelos loiros e ondulados nas pontas. Usava extravagantes jóias, todas muito exageradas tanto no brilho quanto no tamanho. Os dois caminharam pelo percurso de pedras até atingirem a enorme mansão. Ele ouviu atentamente as instruções dela, pois era a única exceção que estava fazendo, uma vez que Finn estava fora do horário de visitas e o beneficiando pelo fato de um dos seus funcionários tê-lo tratado de maneira equivocada. Tudo gravado por uma das câmeras de circuito interno.
O nome da mulher era Linda. Linda Cohen e administradora do tal "acampamento". Finn quis perguntar para ela sobre o fato de não ser um acampamento de verdade, mas achou melhor não. Atravessaram o salão de entrada, cruzaram um enorme corredor, depois por mais uma sala. Entraram numa porta e desceram por uma escada. Atingiram a parte inferior da mansão contendo um enorme aquário onde algumas crianças escutavam atentamente as instruções de um dos guias. Subiram um lance de escadas e finalmente saíram na parte de trás do teatro. Durante todo o caminho ela tagarelou sobre as vantagens do seu negócio e como ela revelava alunos prodígios a cada verão. Finn não prestou muita atenção na conversa, mas foi somente naquele instante que algo captou os seus olhos. Linda apontava para a baixinha que andava de um lado para o outro com uma folha nas mãos e como se estivesse falando sozinha.
- Lá está a sua namorada, Sr. Hudson. Tente não distraí-la demais, estamos ensaiando o musical. – completou se afastando dele.
Rachel repetia seguidamente as suas falas e a cada vez com uma entonação diferente. Queria achar o tom perfeito para interpretá-las. Foi quando foi surpreendida por um par de braços erguendo-a do chão por trás. Soltou alguns gritos, pois realmente não esperava uma abordagem como essa. Pensou em todos os garotos com quem criara alguma amizade durante as duas últimas semanas, só não esperava por ele.
- FINN! – exclamou assim que ele a colocou de volta ao solo e ela se virou. A verdade era que a saudade era a coisa mais dolorida e pavorosa do mundo. Sentia tanta a falta dele que nem mesmo qualquer mágoa que ainda carregasse com ela em relação ao namorado foi deixada de lado. Rachel pulou em seus braços numa felicidade descontrolada.
Não estava esperando uma reação tão calorosa quanto àquela, mas fez questão de aproveitar cada segundo ao lado dela. A ergueu novamente do chão e prenderam-se naquele abraço por longos minutos, apenas escutando a risada de cada um.
- O que você está fazendo aqui? Burt e Carole vieram? E Kurt? Como...? – Rachel perguntou confusa. Finn notava que o brilho dos seus olhos tinha retornado e estava hipnotizado pela visão. – Não importa, você veio. – jogou os seus braços mais uma vez ao redor da sua cintura.
- Kurt e eu viemos de carro. Chegamos ontem à noite. – ele respondeu beijando o topo da sua cabeça. Ela era tão pequena perto dele. Uma observação que Finn não cansava de fazer. – Eu só estava morrendo de saudades. O meu céu perde completamente a graça quando a minha estrela dourada não está lá. – confessou e agradeceu mentalmente a Kurt por ajudá-lo a formular aquela frase.
Rachel derreteu-se dos pés à cabeça. Era romantismo demais para o pobre coração da garota. O sorriso não podia ser maior do que aquele que sustentava naquele instante. Já nem ao menos se lembrava a razão de estar brava com ele e também não queria lembrá-la. Puxou o pescoço do garoto, ficou nas pontas dos pés e o beijou. Rachel atingiu as nuvens quando as suas línguas se encontram após tanto tempo separadas. Pela terceira vez em menos de dez minutos, Finn a tirou do chão, literalmente a segurando em seus braços. Beijaram-se intensamente sem preocupar com a pequena platéia de adolescentes ao redor.
- Eu também estava morrendo de saudades. – ela admitiu separando-se de seus lábios relutante. Estavam de testas coladas. – Não gosto de brigar com você, Finn. – falou num sussurro encarando o castanho de seus olhos.
- Eu não gosto de machucá-la. Você briga porque eu estou sempre magoando você de um jeito. Eu sou um babaca. – ele respondeu brincando com as maçãs do seu rosto com os dedos.
- Sim, você é um babaca. – Rachel retorquiu lhe roubando um selinho.
- OUCH! – e ela gargalhou. – Obrigada, eu sei. – completou sorrindo em seguida.
- Reconheço que sou uma pessoa difícil de lidar, mas vamos evitar essas brigas, por favor? – a menina pediu numa súplica com o olhar. – A propósito, fiquei preocupada quando não recebi o seu matinal "eu te amo" via sms hoje pela manhã. – adicionou contemplando a visão a sua timidez.
- Queria dizer pessoalmente. Eu te amo, estrela. – falou sincero.
- Eu também te a...
- O que ele está fazendo aqui? – Finn perguntou mudando em segundos a sua postura e a interrompendo de dizer as três palavrinhas que ele vinha sonhando em ouvir desde as Regionais.
Jesse sorria para o casal com os braços cruzados. Acenou de maneira debochada para o líder masculino do coral do McKinley. Finn fechou completamente a sua feição e Rachel sentiu a tensão tomando conta do corpo do namorado. Era apenas uma questão de tempo até que uma confusão ali se instalasse, e ela sabia perfeitamente bem como quarterback se sentia em relação ao seu ex-namorado.
- Antes de tudo, você não vai fazer nada. Você veio de Ohio para me ver e não para arrumar uma briga, Finn. – a garota rapidamente se colocou no meio dos dois e falou diretamente com o seu príncipe.
- Exatamente. Passo longas horas na estrada para encontrar você com ele! – o rapaz respondeu antes mesmo de pensar no que estava falando. Uma fúria descontrolada se apoderava de cada célula, de cada poro de seu corpo.
Rachel recuou dois passos, cortando completamente o contato com Finn. O fitou em estado de choque. Mente e coração ainda tentavam digerir a frase proferida por ele.
- O que? – ela exclamou montando a sua faceta furiosa. Foram poucas as vezes que Rachel a mostrou em toda a sua vida. – Você não está me acusando, Finn Hudson! Que tipo de garota você acha que eu sou?
- O que você espera que eu diga, Rachel? Você está há semanas na companhia desse desgraçado e em nenhum dos seus telefonemas você fez questão de mencioná-lo! Como acha que eu devo reagir ao descobri que o babaca do ex da minha namorada está passando adoráveis dias ao lado dela enquanto eu me deprimia em meu quarto sentindo a sua falta e carregando uma enorme culpa por todo aquele negócio com a Santana? – Finn exasperou jogando os braços para o ar e chutando a primeira coisa que viu pela frente. Uma garrafa d'água que estava ao chão. Uma garrafa rosa. A garrafa dela.
Rachel se encolheu assustada com a reação dele. Mas não iria perder o foco. Ainda estava irritada pela suposição dele.
- "Desgraçado", "babaca"... Mais algum adjetivo a acrescentar, Hudson? – Jesse se pronunciou sorridente. Àquilo estava sendo uma diversão enorme para ele.
- Você! Fique calado, St. James! – Finn ameaçou lhe apontando o indicador. – E você – ele se virou para Rachel com um olhar frio. – Aproveite o restante do seu acampamento na companhia dele. – completou deixando o teatro com passos largos e pesados.
O silêncio reinava entre todos ali dentro. Todos os olhares estavam depositados em Rachel e Jesse. A primeira encontrava-se transtornada com o que tinha acabado de acontecer e não tardou para que as lágrimas fizessem o seu caminho, rolando em suas bochechas rosadas. Ela fungou e caminhou em direção ao ex. Jesse permanecia com o sorriso sustentando, como se sentisse prazer por ter sido o pivô da situação.
- Muito obrigada por estragar o meu acampamento, o meu namoro e o restante das minhas férias. Eu te odeio, Jesse! – exclamou chorosa antes de também deixar o teatro.
O verão tinha finalmente terminado. Era uma maravilhosa manhã de segunda-feira em Lima, Ohio. Crianças e adolescentes deixavam as suas casas excitados, animados com a volta às aulas. O pátio de entrada do McKinley High School estava tomado por jovens que tagarelavam sobre as suas férias, que gargalhavam e se abraçavam. Cada um com a sua devida turma, cada um voltando a sua rotina, os jogadores de futebol americano jogando Jacob e a sua turma na lixeira, a banda de Jazz reunida num outro canto, as meninas do Clube do Celibato concentradas numa reza qualquer com os seus crucifixos, as Cheerios gritavam animadas enquanto caminhavam atrás da sua líder, Sue Sylvester. E num local mais reservado, numa mesinha de pedra estavam os gleeks, membros do Glee Club.
Rachel passou por toda aquela multidão de alunos rezando para não ser notada e não virar alvo fácil logo no primeiro dia de aula. Segurou firme a sua bolsa contra o corpo, e caminhou veloz em direção ao colégio olhando sempre para baixo. Ela sabia que os seus companheiros de Glee Club estavam ali, conseguia distinguira voz de cada um, e todos pareciam felizes. Agradeceu por não ter sido notada assim que subiu as escadas e deu de cara com um corredor lotado.
Finn estava perdido em seus pensamentos, já não sabia há quanto tempo estava li encarando a mesma foto. Uma foto tirada no último dia de aula, todos os membros do New Directions felizes e sorridentes, pois mesmo eles terem perdido as Regionais, tinham um motivo para sorrir, o coral não tinha sido cancelado. E justamente no centro da foto estava ele e Rachel, abraçados, íntimos.
O sonoro sinal tocou e o tirou dos seus devaneios. Era o aviso de que as aulas estavam para começar. O jovem depositou alguns livros, pegou mais alguns e fechou o seu armário. O que aconteceu em seguida não poderia ter sido pior.
Seus olhares se encontraram pela primeira vez desde aquele dia em Nova York. Ou seja, quase um mês atrás, três semanas e mais alguns dias. Ele não podia negar que se sentiu balançado, ainda mais por notar que Rachel estava prestes a desabar num choro. Por longos segundos ele ficou decidindo se deveria ir até ela ou não.
Seus armários eram distantes um do outro, mas ela ainda assim podia ver a presença dele há alguns metros. Distinguir Finn dos demais era fácil demais para Rachel Berry. Bastava identificar um ser muito alto, charmoso, com o sorriso torto mais lindo do mundo e muito, muito gostoso. A parte do gostoso ela gostava de guardar somente para ela. Se a situação fosse outra, ela teria iluminado aquele corredor com um enorme sorriso e corrido para os seus braços no ímpeto. Mas não. Rachel abraçou o próprio fichário contra o seu corpo e as involuntárias desceram o caminho já conhecido, uma vez que só o que ela fez desde a sua volta do acampamento e nas últimas três semanas era chorar em seu quarto.
Ele odiava o amor. Ele odiava estar apaixonado. Ele odiava o fato de amá-la com tanta intensidade. Mais do que isso, ele odiava o poder que Rachel Barbara Berry tinha sobre ele. E odiava vê-la tão frágil e chorosa. A razão gritava em sua cabeça para que ele permanecesse parado e se manter firme na sua posição, para que não desse o braço a torcer.
Inútil.
Finn já estava caminhando em direção a ela, com passos gradativos e apressados.
Rachel entrou em pânico quando o viu iniciar a sua caminhada em direção a ela. A menina não estava pronta para mais uma sessão de fúria e de gritos. No mínimo, Finn seria debochado, frio e calculista com ela. Perguntaria com uma felicidade disfarçada o restante dos seus dias no acampamento, as últimas semanas de férias e como estava indo o namoro com Jesse.
Mas Finn jogou os seus enormes e protetores braços ao redor dela. E sussurrou somente para ela ouvir:
- Por favor, não chore. Você sabe do quanto eu odeio vê-la chorando, Rach. – falou sentindo-se inebriado pelo perfume que dela emanava. Sentia tanta falta daquele cheiro. Sentia falta dela.
A adolescente entendeu a sentença completamente ao contrário, pois ela desabou num choro incontrolável em seu peito. O garoto ficou sem reação, intensificou o abraço querendo confortá-la e isso pareceu acalmá-la um pouco. Os soluços e tornaram menos freqüentes até se tornarem chiados. Ainda em silêncio, o casal caminhou em direção a sala de aula, sendo que o primeiro tempo dele seria matemática e dela seria biologia. Finn a deixou em sua respectiva sala e se despediu com um beijo em seus cabelos.
O restante do dia não fora muito produtivo. As aulas foram passando, às vezes tanto ele quanto ela caíam em classes com os seus companheiros de coral. E todos eles conscientes de que havia alguma coisa errada com o casal ternurinha. E ao contrário do ano passado, Finn e Rachel não dividiam mais a aula de Espanhol. E ela estava tão acostumada a tê-lo ao seu lado na aula do Mr. Schuester que quando tomou o seu lugar na sala de aula desabou num vazio ao encarar a cadeira ao seu lado ser ocupada por ninguém menos do que Santana.
Ou o mundo estava conspirando contra Rachel Berry, ou ela era mesmo uma azarada. Bufou irritada e abriu o próprio material.
Entre um intervalo e outro um encontro de olhares era quase que inevitável. Na hora do lanche, o principal atleta do McKinley High School preferiu manter-se isolado dos demais. Sentou numa das mesas de dois lugares recostadas no canto do refeitório, um território reservado para os membros do Clube do Xadrez, mas ele não ligava. Depositou a sua bandeja e encontrou um olhar "WTF?" de Puck do outro lado do salão. A mesma expressão era vista nos rostos dos outros Gleeks que lanchavam juntos. O garoto sinalizou que depois explicava e voltou a sua atenção para a comida. Uma silhueta baixinha trajada numa saia xadrez, meias três-quartos, sapatilhas pretas, usando um suéter com estampa de animal, cabelos lisos e soltos sobre os ombro cruzou o seu campo de visão.
- Rachel. – ele chamou. A menina se virou e caminhou até a mesa. – Você ainda está com os olhos inchados... Andou chorando nesse meio tempo de novo? – perguntou segurando o impulso de acariciar o seu delicado rosto.
- Porque você está agindo desse jeito, Finn? Você devia gritar comigo, ou continuar me ignorando como nas últimas semanas... – ela respondeu sacudindo o seu suco de caixinha.
- Mas eu não ignorei você, Rach. Você que não me procurou. – ele disse servindo-se de um dos biscoitos. A fitou e viu que a sua resposta ainda não a satisfazia e então continuou. – Admito que fiquei bastante irritado naquele dia e nas duas semanas seguintes, mas aí eu me acalmei e eu queria te ligar... – o garoto parou o seu raciocínio percebendo que ela estava tendo uma séria dificuldade em retirar o canudo do plástico.
- Eu sinto muito. Eu devia ter te contado que o Jesse estava lá. Mas eu juro que eu não sabia que ele também estava participando do acampamento antes de deixar Ohio nas férias, Finn. – Rachel se pronunciou soltando um meio sorriso em agradecimento pela ajuda com o canudo para ele.
- Eu pisei na bola com você com todo aquele lance envolvendo a Santana e você pisou na bola comigo... Acho que estamos quites, Berry. Que tal um perdão mú... Mútio... mú...mú – cerrou os olhos frustrado com o seu vocabulário limitado.
- Mútuo. – ela o corrigiu vendo-o sorrir com empolgação por ela ter acertado a palavra que ele queria dizer. – Parece justo. Mas nunca mais volte a duvidar da minha fidelidade, Finn Hudson. – complementou séria.
- Prometo. – respondeu erguendo a mão direita em sinal de juramento.
- Você ainda é o meu príncipe? – ela perguntou se deixando levar pela onda de felicidade que a invadia, pois sabia que era só uma questão de segundos até que as suas bocas estivessem conectadas novamente.
- Você ainda é a minha estrela? – Finn a respondeu com outra pergunta já sustentando o seu sorriso torto. – Vem cá. – chamou a menina e com um puxão rápido a fez se sentar em seu colo. Rachel gargalhou e o atleta teve a certeza de que não havia risada mais gostosa do que a dela.
- Sempre F-Rod. – ela respondeu fazendo a junção de suas bocas.
Perderam-se naquele momento sem nem ao menos ligar para a realidade que os cercava. Para ele, nada mais importava, Rachel estava em colo, envolta por seus braços, e lhe presenteando com um maravilhoso beijo, um beijo cheio de saudades. E Rachel, ela também não se importava, ela tinha o seu príncipe encantado, o namorado perfeito, o que acontecia no mundo naquele exato momento não fazia a menos diferença. Ela só queria sentir o gosto único e embriagante dos lábios dele.
Finn perguntou o motivo daquilo ser chamado de "acampamento" se nem ao menos era um de verdade. O adolescente estava parado em frente a um enorme casarão – uma mansão na verdade – e ao longe, no alto das colinas do terreno da casa podia-se ver os membros do "acampamento" realizando as suas atividades.
- Posso ajudá-lo?
O garoto sobressaltou e fitou o homem trajado numa roupa esportiva parado em frente aos portões do local.
- Estou procurando por uma... Aluna. Rachel Barbara Berry. – respondeu vacilante. Ainda estava assustado.
- Qual nível? – homem tornou a indagá-lo. Finn não tinha a mínima idéia do que ele estava falando. Apenas balançou os ombros em frustração.
- Você deve saber quem é... Baixinha, cabelos longos e ondulados, meias três quartos, geralmente gosta de usar saias. É a garota mais bonita aí dentro, cara! – brincou, mas com um tom de sinceridade em sua voz. O outro não esboçou qualquer reação. – Olha, eu e o meu irmão – pausou gostando da sonoridade daquilo – saímos de Ohio ontem pela manhã e dirigimos até aqui somente para vê-la. Quero dizer, ele só veio para fazer compras, mas eu quero ver a Rachel. – completou com um olhar implorador.
- E o que eu tenho a ver com isso? – homem do uniforme esportivo retorquiu.
Sim, ele não estava sendo de grande ajuda.
- Certo, você não quer ajudar, tudo bem. Mas eu não vou sair daqui enquanto não falar com ela. – Finn respondeu confiante.
- Problema é seu. – falou mais uma vez de maneira rude e se afastando.
O garoto arregalou os olhos não acreditando que ele iria mesmo deixá-lo ali. Tinha que pensar em algo, e rápido. Não queria ter feito toda aquela viagem cansativa em vão. E ele soltou a primeira idéia que lhe veio na cabeça.
- Eu não só vou ficar aqui, mas como vou gritar. E não vou parar até que ela saiba que Finn Hudson, o seu namorado está aqui! Você ouviu, seu... Seu... Seu engomadinho de quinta categoria e mal-educado! – ele foi ignorado. – Você está achado que eu estou de brincadeira? RAAAAAAAAACHEEEEEEEEEEELLL! RAAAAAAAAAACHEL! RACHEEEEEEEEEEL BEEEERRY! ! – começou a gritar desesperadamente entre as grades do portão.
E ele permaneceu gritando por pelo menos dez minutos até que finalmente ouviu o barulho do portão. Ele estava abrindo e pelo caminho de pedras que seguia em direção à mansão descia uma mulher. Finn entrou e foi de encontro a ela.
- Eu deixo você ficar aqui o tempo que você quiser se me prometer parar com esse escândalo. – ela falou antes que Finn pudesse fizer qualquer coisa antes.
Devia ter uns quarenta e poucos anos, ele calculou. Era bonita e estava bem vestida. Cabelos loiros e ondulados nas pontas. Usava extravagantes jóias, todas muito exageradas tanto no brilho quanto no tamanho. Os dois caminharam pelo percurso de pedras até atingirem a enorme mansão. Ele ouviu atentamente as instruções dela, pois era a única exceção que estava fazendo, uma vez que Finn estava fora do horário de visitas e o beneficiando pelo fato de um dos seus funcionários tê-lo tratado de maneira equivocada. Tudo gravado por uma das câmeras de circuito interno.
O nome da mulher era Linda. Linda Cohen e administradora do tal "acampamento". Finn quis perguntar para ela sobre o fato de não ser um acampamento de verdade, mas achou melhor não. Atravessaram o salão de entrada, cruzaram um enorme corredor, depois por mais uma sala. Entraram numa porta e desceram por uma escada. Atingiram a parte inferior da mansão contendo um enorme aquário onde algumas crianças escutavam atentamente as instruções de um dos guias. Subiram um lance de escadas e finalmente saíram na parte de trás do teatro. Durante todo o caminho ela tagarelou sobre as vantagens do seu negócio e como ela revelava alunos prodígios a cada verão. Finn não prestou muita atenção na conversa, mas foi somente naquele instante que algo captou os seus olhos. Linda apontava para a baixinha que andava de um lado para o outro com uma folha nas mãos e como se estivesse falando sozinha.
- Lá está a sua namorada, Sr. Hudson. Tente não distraí-la demais, estamos ensaiando o musical. – completou se afastando dele.
Rachel repetia seguidamente as suas falas e a cada vez com uma entonação diferente. Queria achar o tom perfeito para interpretá-las. Foi quando foi surpreendida por um par de braços erguendo-a do chão por trás. Soltou alguns gritos, pois realmente não esperava uma abordagem como essa. Pensou em todos os garotos com quem criara alguma amizade durante as duas últimas semanas, só não esperava por ele.
- FINN! – exclamou assim que ele a colocou de volta ao solo e ela se virou. A verdade era que a saudade era a coisa mais dolorida e pavorosa do mundo. Sentia tanta a falta dele que nem mesmo qualquer mágoa que ainda carregasse com ela em relação ao namorado foi deixada de lado. Rachel pulou em seus braços numa felicidade descontrolada.
Não estava esperando uma reação tão calorosa quanto àquela, mas fez questão de aproveitar cada segundo ao lado dela. A ergueu novamente do chão e prenderam-se naquele abraço por longos minutos, apenas escutando a risada de cada um.
- O que você está fazendo aqui? Burt e Carole vieram? E Kurt? Como...? – Rachel perguntou confusa. Finn notava que o brilho dos seus olhos tinha retornado e estava hipnotizado pela visão. – Não importa, você veio. – jogou os seus braços mais uma vez ao redor da sua cintura.
- Kurt e eu viemos de carro. Chegamos ontem à noite. – ele respondeu beijando o topo da sua cabeça. Ela era tão pequena perto dele. Uma observação que Finn não cansava de fazer. – Eu só estava morrendo de saudades. O meu céu perde completamente a graça quando a minha estrela dourada não está lá. – confessou e agradeceu mentalmente a Kurt por ajudá-lo a formular aquela frase.
Rachel derreteu-se dos pés à cabeça. Era romantismo demais para o pobre coração da garota. O sorriso não podia ser maior do que aquele que sustentava naquele instante. Já nem ao menos se lembrava a razão de estar brava com ele e também não queria lembrá-la. Puxou o pescoço do garoto, ficou nas pontas dos pés e o beijou. Rachel atingiu as nuvens quando as suas línguas se encontram após tanto tempo separadas. Pela terceira vez em menos de dez minutos, Finn a tirou do chão, literalmente a segurando em seus braços. Beijaram-se intensamente sem preocupar com a pequena platéia de adolescentes ao redor.
- Eu também estava morrendo de saudades. – ela admitiu separando-se de seus lábios relutante. Estavam de testas coladas. – Não gosto de brigar com você, Finn. – falou num sussurro encarando o castanho de seus olhos.
- Eu não gosto de machucá-la. Você briga porque eu estou sempre magoando você de um jeito. Eu sou um babaca. – ele respondeu brincando com as maçãs do seu rosto com os dedos.
- Sim, você é um babaca. – Rachel retorquiu lhe roubando um selinho.
- OUCH! – e ela gargalhou. – Obrigada, eu sei. – completou sorrindo em seguida.
- Reconheço que sou uma pessoa difícil de lidar, mas vamos evitar essas brigas, por favor? – a menina pediu numa súplica com o olhar. – A propósito, fiquei preocupada quando não recebi o seu matinal "eu te amo" via sms hoje pela manhã. – adicionou contemplando a visão a sua timidez.
- Queria dizer pessoalmente. Eu te amo, estrela. – falou sincero.
- Eu também te a...
- O que ele está fazendo aqui? – Finn perguntou mudando em segundos a sua postura e a interrompendo de dizer as três palavrinhas que ele vinha sonhando em ouvir desde as Regionais.
Jesse sorria para o casal com os braços cruzados. Acenou de maneira debochada para o líder masculino do coral do McKinley. Finn fechou completamente a sua feição e Rachel sentiu a tensão tomando conta do corpo do namorado. Era apenas uma questão de tempo até que uma confusão ali se instalasse, e ela sabia perfeitamente bem como quarterback se sentia em relação ao seu ex-namorado.
- Antes de tudo, você não vai fazer nada. Você veio de Ohio para me ver e não para arrumar uma briga, Finn. – a garota rapidamente se colocou no meio dos dois e falou diretamente com o seu príncipe.
- Exatamente. Passo longas horas na estrada para encontrar você com ele! – o rapaz respondeu antes mesmo de pensar no que estava falando. Uma fúria descontrolada se apoderava de cada célula, de cada poro de seu corpo.
Rachel recuou dois passos, cortando completamente o contato com Finn. O fitou em estado de choque. Mente e coração ainda tentavam digerir a frase proferida por ele.
- O que? – ela exclamou montando a sua faceta furiosa. Foram poucas as vezes que Rachel a mostrou em toda a sua vida. – Você não está me acusando, Finn Hudson! Que tipo de garota você acha que eu sou?
- O que você espera que eu diga, Rachel? Você está há semanas na companhia desse desgraçado e em nenhum dos seus telefonemas você fez questão de mencioná-lo! Como acha que eu devo reagir ao descobri que o babaca do ex da minha namorada está passando adoráveis dias ao lado dela enquanto eu me deprimia em meu quarto sentindo a sua falta e carregando uma enorme culpa por todo aquele negócio com a Santana? – Finn exasperou jogando os braços para o ar e chutando a primeira coisa que viu pela frente. Uma garrafa d'água que estava ao chão. Uma garrafa rosa. A garrafa dela.
Rachel se encolheu assustada com a reação dele. Mas não iria perder o foco. Ainda estava irritada pela suposição dele.
- "Desgraçado", "babaca"... Mais algum adjetivo a acrescentar, Hudson? – Jesse se pronunciou sorridente. Àquilo estava sendo uma diversão enorme para ele.
- Você! Fique calado, St. James! – Finn ameaçou lhe apontando o indicador. – E você – ele se virou para Rachel com um olhar frio. – Aproveite o restante do seu acampamento na companhia dele. – completou deixando o teatro com passos largos e pesados.
O silêncio reinava entre todos ali dentro. Todos os olhares estavam depositados em Rachel e Jesse. A primeira encontrava-se transtornada com o que tinha acabado de acontecer e não tardou para que as lágrimas fizessem o seu caminho, rolando em suas bochechas rosadas. Ela fungou e caminhou em direção ao ex. Jesse permanecia com o sorriso sustentando, como se sentisse prazer por ter sido o pivô da situação.
- Muito obrigada por estragar o meu acampamento, o meu namoro e o restante das minhas férias. Eu te odeio, Jesse! – exclamou chorosa antes de também deixar o teatro.
O verão tinha finalmente terminado. Era uma maravilhosa manhã de segunda-feira em Lima, Ohio. Crianças e adolescentes deixavam as suas casas excitados, animados com a volta às aulas. O pátio de entrada do McKinley High School estava tomado por jovens que tagarelavam sobre as suas férias, que gargalhavam e se abraçavam. Cada um com a sua devida turma, cada um voltando a sua rotina, os jogadores de futebol americano jogando Jacob e a sua turma na lixeira, a banda de Jazz reunida num outro canto, as meninas do Clube do Celibato concentradas numa reza qualquer com os seus crucifixos, as Cheerios gritavam animadas enquanto caminhavam atrás da sua líder, Sue Sylvester. E num local mais reservado, numa mesinha de pedra estavam os gleeks, membros do Glee Club.
Rachel passou por toda aquela multidão de alunos rezando para não ser notada e não virar alvo fácil logo no primeiro dia de aula. Segurou firme a sua bolsa contra o corpo, e caminhou veloz em direção ao colégio olhando sempre para baixo. Ela sabia que os seus companheiros de Glee Club estavam ali, conseguia distinguira voz de cada um, e todos pareciam felizes. Agradeceu por não ter sido notada assim que subiu as escadas e deu de cara com um corredor lotado.
Finn estava perdido em seus pensamentos, já não sabia há quanto tempo estava li encarando a mesma foto. Uma foto tirada no último dia de aula, todos os membros do New Directions felizes e sorridentes, pois mesmo eles terem perdido as Regionais, tinham um motivo para sorrir, o coral não tinha sido cancelado. E justamente no centro da foto estava ele e Rachel, abraçados, íntimos.
O sonoro sinal tocou e o tirou dos seus devaneios. Era o aviso de que as aulas estavam para começar. O jovem depositou alguns livros, pegou mais alguns e fechou o seu armário. O que aconteceu em seguida não poderia ter sido pior.
Seus olhares se encontraram pela primeira vez desde aquele dia em Nova York. Ou seja, quase um mês atrás, três semanas e mais alguns dias. Ele não podia negar que se sentiu balançado, ainda mais por notar que Rachel estava prestes a desabar num choro. Por longos segundos ele ficou decidindo se deveria ir até ela ou não.
Seus armários eram distantes um do outro, mas ela ainda assim podia ver a presença dele há alguns metros. Distinguir Finn dos demais era fácil demais para Rachel Berry. Bastava identificar um ser muito alto, charmoso, com o sorriso torto mais lindo do mundo e muito, muito gostoso. A parte do gostoso ela gostava de guardar somente para ela. Se a situação fosse outra, ela teria iluminado aquele corredor com um enorme sorriso e corrido para os seus braços no ímpeto. Mas não. Rachel abraçou o próprio fichário contra o seu corpo e as involuntárias desceram o caminho já conhecido, uma vez que só o que ela fez desde a sua volta do acampamento e nas últimas três semanas era chorar em seu quarto.
Ele odiava o amor. Ele odiava estar apaixonado. Ele odiava o fato de amá-la com tanta intensidade. Mais do que isso, ele odiava o poder que Rachel Barbara Berry tinha sobre ele. E odiava vê-la tão frágil e chorosa. A razão gritava em sua cabeça para que ele permanecesse parado e se manter firme na sua posição, para que não desse o braço a torcer.
Inútil.
Finn já estava caminhando em direção a ela, com passos gradativos e apressados.
Rachel entrou em pânico quando o viu iniciar a sua caminhada em direção a ela. A menina não estava pronta para mais uma sessão de fúria e de gritos. No mínimo, Finn seria debochado, frio e calculista com ela. Perguntaria com uma felicidade disfarçada o restante dos seus dias no acampamento, as últimas semanas de férias e como estava indo o namoro com Jesse.
Mas Finn jogou os seus enormes e protetores braços ao redor dela. E sussurrou somente para ela ouvir:
- Por favor, não chore. Você sabe do quanto eu odeio vê-la chorando, Rach. – falou sentindo-se inebriado pelo perfume que dela emanava. Sentia tanta falta daquele cheiro. Sentia falta dela.
A adolescente entendeu a sentença completamente ao contrário, pois ela desabou num choro incontrolável em seu peito. O garoto ficou sem reação, intensificou o abraço querendo confortá-la e isso pareceu acalmá-la um pouco. Os soluços e tornaram menos freqüentes até se tornarem chiados. Ainda em silêncio, o casal caminhou em direção a sala de aula, sendo que o primeiro tempo dele seria matemática e dela seria biologia. Finn a deixou em sua respectiva sala e se despediu com um beijo em seus cabelos.
O restante do dia não fora muito produtivo. As aulas foram passando, às vezes tanto ele quanto ela caíam em classes com os seus companheiros de coral. E todos eles conscientes de que havia alguma coisa errada com o casal ternurinha. E ao contrário do ano passado, Finn e Rachel não dividiam mais a aula de Espanhol. E ela estava tão acostumada a tê-lo ao seu lado na aula do Mr. Schuester que quando tomou o seu lugar na sala de aula desabou num vazio ao encarar a cadeira ao seu lado ser ocupada por ninguém menos do que Santana.
Ou o mundo estava conspirando contra Rachel Berry, ou ela era mesmo uma azarada. Bufou irritada e abriu o próprio material.
Entre um intervalo e outro um encontro de olhares era quase que inevitável. Na hora do lanche, o principal atleta do McKinley High School preferiu manter-se isolado dos demais. Sentou numa das mesas de dois lugares recostadas no canto do refeitório, um território reservado para os membros do Clube do Xadrez, mas ele não ligava. Depositou a sua bandeja e encontrou um olhar "WTF?" de Puck do outro lado do salão. A mesma expressão era vista nos rostos dos outros Gleeks que lanchavam juntos. O garoto sinalizou que depois explicava e voltou a sua atenção para a comida. Uma silhueta baixinha trajada numa saia xadrez, meias três-quartos, sapatilhas pretas, usando um suéter com estampa de animal, cabelos lisos e soltos sobre os ombro cruzou o seu campo de visão.
- Rachel. – ele chamou. A menina se virou e caminhou até a mesa. – Você ainda está com os olhos inchados... Andou chorando nesse meio tempo de novo? – perguntou segurando o impulso de acariciar o seu delicado rosto.
- Porque você está agindo desse jeito, Finn? Você devia gritar comigo, ou continuar me ignorando como nas últimas semanas... – ela respondeu sacudindo o seu suco de caixinha.
- Mas eu não ignorei você, Rach. Você que não me procurou. – ele disse servindo-se de um dos biscoitos. A fitou e viu que a sua resposta ainda não a satisfazia e então continuou. – Admito que fiquei bastante irritado naquele dia e nas duas semanas seguintes, mas aí eu me acalmei e eu queria te ligar... – o garoto parou o seu raciocínio percebendo que ela estava tendo uma séria dificuldade em retirar o canudo do plástico.
- Eu sinto muito. Eu devia ter te contado que o Jesse estava lá. Mas eu juro que eu não sabia que ele também estava participando do acampamento antes de deixar Ohio nas férias, Finn. – Rachel se pronunciou soltando um meio sorriso em agradecimento pela ajuda com o canudo para ele.
- Eu pisei na bola com você com todo aquele lance envolvendo a Santana e você pisou na bola comigo... Acho que estamos quites, Berry. Que tal um perdão mú... Mútio... mú...mú – cerrou os olhos frustrado com o seu vocabulário limitado.
- Mútuo. – ela o corrigiu vendo-o sorrir com empolgação por ela ter acertado a palavra que ele queria dizer. – Parece justo. Mas nunca mais volte a duvidar da minha fidelidade, Finn Hudson. – complementou séria.
- Prometo. – respondeu erguendo a mão direita em sinal de juramento.
- Você ainda é o meu príncipe? – ela perguntou se deixando levar pela onda de felicidade que a invadia, pois sabia que era só uma questão de segundos até que as suas bocas estivessem conectadas novamente.
- Você ainda é a minha estrela? – Finn a respondeu com outra pergunta já sustentando o seu sorriso torto. – Vem cá. – chamou a menina e com um puxão rápido a fez se sentar em seu colo. Rachel gargalhou e o atleta teve a certeza de que não havia risada mais gostosa do que a dela.
- Sempre F-Rod. – ela respondeu fazendo a junção de suas bocas.
Perderam-se naquele momento sem nem ao menos ligar para a realidade que os cercava. Para ele, nada mais importava, Rachel estava em colo, envolta por seus braços, e lhe presenteando com um maravilhoso beijo, um beijo cheio de saudades. E Rachel, ela também não se importava, ela tinha o seu príncipe encantado, o namorado perfeito, o que acontecia no mundo naquele exato momento não fazia a menos diferença. Ela só queria sentir o gosto único e embriagante dos lábios dele.
A pessoa que escreveu deve ter uma imaginaçao e criatividade esplendida!!! Bom para gente!!! 
