A noite chegou. Rachel estava esperando Kurt na
frente do clube. Ele chegou um pouco tímido. Nunca esteve em um clube antes:
-Olá Rachel – disse ele
-Oi Kurt. Tudo bem com você? – perguntou ela
-Sim, mas é que aqui é meio estranho... – sussurrou
-Ah você se acostuma. Vamos entrar. – falou para
ele, enquanto o puxava
Adentraram o clube. Estava lotado, enquanto isso,
Rachel o conduzia pelo ambiente e explicava para ele onde tudo começou:
-Após sair daquele ambiente eu cheguei nessa parte
do clube. Ali, foi naquele palco em que eu o vi pela primeira vez. – ela
explicou, apontando para o palco
-Ah, olha o balcão. Acho que o bar man que você
comentou deve estar lá – disse Kurt
Eles se aproximaram do local, e ela chamou a atenção
do bar man:
-Ei garota. Você por aqui de novo, que beleza! –
exclamou, reconhecendo Rachel
-Boa noite. Puxa, naquela noite eu estava tão tonta
que nem perguntei seu nome... – disse ela, sem graça
-Ah, tudo bem. Meu nome é Charles. E você? –
perguntou ele
-Rachel, e esse é meu amigo Kurt – cumprimentaram-se
-Bem, Charles. Você conhece muito bem aqui e eu
preciso te perguntar uma coisa – disse ela
-Sim, pode perguntar – respondeu
-Quem é Tommy? – perguntou
Charles ficou em silêncio por alguns segundos e
disse:
-Porque você quer saber? – replicou
-Eu preciso saber. Dany está estudando no mesmo
colégio que eu agora e eu soube desse tal Tommy por acaso. Eu preciso saber
disso, temos que conhecer Dany mais a fundo e eu acho que esse Tommy pode ter
as respostas que precisamos – disse ela
-Sim. E se ele for perigoso ou algo do tipo?
Precisamos de mais informações – falou Kurt
-Bem, vou contar pra vocês, mas nada de espalhar por
aí. Tommy é o dono desse clube, foi ele quem contratou Dany para ser stripper e
garoto de programa. Eles eram bem próximos, Tommy cuidou dele muito bem, não
apenas como um funcionário qualquer, mas como um amigo. Mas, acho que ele pode
falar melhor por si só. Venham comigo, vou levar vocês até ele – chamou os
dois, enquanto indicava o caminho
Charles os levou para trás do balcão. Lá havia uma
porta que conduzia para um corredor. Eles subiram algumas escadas e chegaram a
uma grande e luxuosa sala que tinha mais uma porta, provavelmente a que dava
acesso a sala de Tommy. Charles disse para eles esperarem. Após 2 minutos, mais
ou menos, Charles chamou eles:
-Podem vir queridos. Vou voltar ao trabalho. Até
mais – despediu-se
-Até mais e muito, muito obrigada – agradeceu Rachel
Os dois entraram até a sala de Tommy, lentamente.
Finalmente eles estavam cara a cara com o senhor. Era um homem que inspirava
respeito. Usava em belo terno preto, tinha o cabelo curto e um olhar poderoso. Estava
sentado, com as pernas cruzadas, em frente a uma grande mesa com papéis e um
cinzeiro em cima dela. Cumprimentaram-se:
-Boa noite, senhor – disse Rachel
-Olá senhor Tommy – cumprimentou Kurt
-Boa noite aos dois – respondeu
-Senhor, nós gostaríamos de conversar com o
senhor... – começou Rachel
-Não. Eu é que quero conversar com vocês – disse ele
Kurt ficou paralisado. Rachel ficou boquiaberta.
Nenhum som se escutava. Até que Tommy continuou:
-Como vai o Dany? – disse ele, abrindo um sorriso de
orelha a orelha
-Ah... O quê?
– perguntou Kurt, surpreso
-O Dany. Vocês vieram aqui para falar dele, certo? –
perguntou Tommy
-Ah, ele está muito bem. Ele faz parte do nosso
coral, parece estar gostando – disse Kurt, enquanto Rachel ria disfarçadamente
-Puxa, que bom. Estava preocupado com ele – disse
Tommy, aliviado
-Nossa, eu achava que o senhor ia nos matar – riu-se
Rachel
-Não, Charles me explicou a situação. Está tudo bem.
– disse Tommy
-Bem, então o senhor sabe para quê viemos certo? –
perguntou Rachel
-Sim. Garotos, a situação não é nada boa. É uma
história longa e bem pouco feliz, mas vou explicar mesmo assim já que vocês
querem tanto saber.
Tudo começou há um pouco mais de dois anos atrás.
Dany morava no estado vizinho. Ele tinha uma vida normal, mãe e pai, uma
família feliz como a maioria conhece. Estava tudo correndo bem, até que a mãe
dele morreu de câncer. Uma grande perda. A família se desestruturou
completamente assim como o próprio Dany. O pai dele começou a beber
compulsivamente, chegava praticamente todas as noites bêbado em casa e começava
a quebrar tudo o que via pela frente enquanto não dormia. Mas, tudo estava
prestes a piorar. Numa noite, o pai dele foi para um bar e usou ecstasy
juntamente com a bebida. Estava mais descontrolado que nunca. Quando chegou em
casa, Dany estava em seu quarto, preparando-se para dormir. Mas o pai dele
entrou lá, trancou a porta e...
-E... O que aconteceu? – perguntou Rachel
-Arrancou o pijama de Dany, bateu nele e o estuprou.
Depois o ameaçou dizendo que se contasse para a polícia ou algo assim, ele
morreria. Foi difícil para ele. Após isso, Dany decidiu fugir de casa. Ele
esperou e se preparou por algumas noites. Quando o pai estava caído de bêbado,
ele pegou suas coisas e todo o dinheiro que tinha e fugiu. Foi para a
rodoviária, pegou um ônibus e veio para nosso estado. Mas, como não conhecia
ninguém por aqui e não conseguiu emprego algum, ficou por uns dias nas ruas.
Até que ele encontrou meu clube e ele se candidatou ao emprego de stripper.
Conversamos e ele me contou toda a sua história. Fiquei muito chocado. Acabamos
por nos tornar amigos.
Mesmo assim,
quando ele falou sobre o emprego, fiquei relutante, apesar de aparentar ser um
pouco mais velho por causa da altura ele estava prestes a fazer apenas 16 anos,
mas quando ele subiu no palco e começou a cantar e dançar, eu vi toda a garra
estava dentro dele e o deixei trabalhar. Assim, ele começou vida nova. Mudou o
corte de cabelo, o estilo das roupas e também arranjei uma identidade falsa e
ele começou vida nova. Dany começou a morar em uma espécie de “suíte” que tem
aqui, onde ele faria os programas mais tarde, e trabalhar no clube como
stripper me dando parte dos lucros. Depois, quando ficou mais velho que ele
decidiu fazer programas para ganhar mais dinheiro e adiantar a compra de seu
apartamento. Apesar de gostar daqui, ele não queria essa vida para sempre,
afinal quem quer? Isso demorou um pouco, mas ele conseguiu. Com o strip tease e
os programas, ele lucrou o suficiente. Bem, é isso. – conclui a história
Rachel e Kurt estavam em prantos. Não sabiam como
reagir. Tudo era doloroso demais, era difícil digerir uma situação assim. Tanta
dor, angústia, sofrimento. Eles não conseguiam nem ao menos imaginar como era
estar na pele de seu amigo:
-E o pai dele? O que houve? – perguntou Rachel
-Bem, ele procurou Dany pelo estado todo, colocou
anúncios em jornais, revistas e foi até para a televisão, mas Dany estava
diferente e com identidade falsa, além disso, todo mundo aqui no clube protegia
e escondia ele, então, ninguém o encontrou. Eles nunca mais se encontraram. O
pai dele acabou desistindo de procurar e provavelmente agora acha que ele está
morto, apesar de Dany ainda estar apenas dado como desaparecido.
-E porque você foi à escola? – perguntou Kurt
-Fingi que era o pai dele e assinei um documento lá.
– explicou Tommy
-Meu Deus... Essa história é mais triste do que eu
pensava. Como ele conseguiu sobreviver a tudo isso? Sinto dor só de pensar em
tudo o que ele passou... – chorou Rachel
-Sim, é realmente complicado. Ele não sabe mais o
que é amor. Depois que a mãe morreu, ele desconhece completamente esse
sentimento, foi um problema atrás do outro. Nos últimos anos, eu praticamente
fui o único amigo que ele teve – disse Tommy
-Eu estou completamente sem palavras... – disse Kurt,
emocionado
-Por isso vocês são essenciais para ele agora. Eu
imploro a vocês dois, não o deixem sozinho. Ele precisa mais do que nunca de
amigos nesse momento de recomeço. Ele gosta muito de vocês, principalmente de
você, Rachel. Façam com que ele conheça o amor, novamente. Não o abandonem. –
pediu Tommy
Rachel e Kurt seguraram cada um na mão de Tommy e
prometeram:
-Fique tranqüilo, agora ele tem uma nova família.
frente do clube. Ele chegou um pouco tímido. Nunca esteve em um clube antes:
-Olá Rachel – disse ele
-Oi Kurt. Tudo bem com você? – perguntou ela
-Sim, mas é que aqui é meio estranho... – sussurrou
-Ah você se acostuma. Vamos entrar. – falou para
ele, enquanto o puxava
Adentraram o clube. Estava lotado, enquanto isso,
Rachel o conduzia pelo ambiente e explicava para ele onde tudo começou:
-Após sair daquele ambiente eu cheguei nessa parte
do clube. Ali, foi naquele palco em que eu o vi pela primeira vez. – ela
explicou, apontando para o palco
-Ah, olha o balcão. Acho que o bar man que você
comentou deve estar lá – disse Kurt
Eles se aproximaram do local, e ela chamou a atenção
do bar man:
-Ei garota. Você por aqui de novo, que beleza! –
exclamou, reconhecendo Rachel
-Boa noite. Puxa, naquela noite eu estava tão tonta
que nem perguntei seu nome... – disse ela, sem graça
-Ah, tudo bem. Meu nome é Charles. E você? –
perguntou ele
-Rachel, e esse é meu amigo Kurt – cumprimentaram-se
-Bem, Charles. Você conhece muito bem aqui e eu
preciso te perguntar uma coisa – disse ela
-Sim, pode perguntar – respondeu
-Quem é Tommy? – perguntou
Charles ficou em silêncio por alguns segundos e
disse:
-Porque você quer saber? – replicou
-Eu preciso saber. Dany está estudando no mesmo
colégio que eu agora e eu soube desse tal Tommy por acaso. Eu preciso saber
disso, temos que conhecer Dany mais a fundo e eu acho que esse Tommy pode ter
as respostas que precisamos – disse ela
-Sim. E se ele for perigoso ou algo do tipo?
Precisamos de mais informações – falou Kurt
-Bem, vou contar pra vocês, mas nada de espalhar por
aí. Tommy é o dono desse clube, foi ele quem contratou Dany para ser stripper e
garoto de programa. Eles eram bem próximos, Tommy cuidou dele muito bem, não
apenas como um funcionário qualquer, mas como um amigo. Mas, acho que ele pode
falar melhor por si só. Venham comigo, vou levar vocês até ele – chamou os
dois, enquanto indicava o caminho
Charles os levou para trás do balcão. Lá havia uma
porta que conduzia para um corredor. Eles subiram algumas escadas e chegaram a
uma grande e luxuosa sala que tinha mais uma porta, provavelmente a que dava
acesso a sala de Tommy. Charles disse para eles esperarem. Após 2 minutos, mais
ou menos, Charles chamou eles:
-Podem vir queridos. Vou voltar ao trabalho. Até
mais – despediu-se
-Até mais e muito, muito obrigada – agradeceu Rachel
Os dois entraram até a sala de Tommy, lentamente.
Finalmente eles estavam cara a cara com o senhor. Era um homem que inspirava
respeito. Usava em belo terno preto, tinha o cabelo curto e um olhar poderoso. Estava
sentado, com as pernas cruzadas, em frente a uma grande mesa com papéis e um
cinzeiro em cima dela. Cumprimentaram-se:
-Boa noite, senhor – disse Rachel
-Olá senhor Tommy – cumprimentou Kurt
-Boa noite aos dois – respondeu
-Senhor, nós gostaríamos de conversar com o
senhor... – começou Rachel
-Não. Eu é que quero conversar com vocês – disse ele
Kurt ficou paralisado. Rachel ficou boquiaberta.
Nenhum som se escutava. Até que Tommy continuou:
-Como vai o Dany? – disse ele, abrindo um sorriso de
orelha a orelha
-Ah... O quê?
– perguntou Kurt, surpreso
-O Dany. Vocês vieram aqui para falar dele, certo? –
perguntou Tommy
-Ah, ele está muito bem. Ele faz parte do nosso
coral, parece estar gostando – disse Kurt, enquanto Rachel ria disfarçadamente
-Puxa, que bom. Estava preocupado com ele – disse
Tommy, aliviado
-Nossa, eu achava que o senhor ia nos matar – riu-se
Rachel
-Não, Charles me explicou a situação. Está tudo bem.
– disse Tommy
-Bem, então o senhor sabe para quê viemos certo? –
perguntou Rachel
-Sim. Garotos, a situação não é nada boa. É uma
história longa e bem pouco feliz, mas vou explicar mesmo assim já que vocês
querem tanto saber.
Tudo começou há um pouco mais de dois anos atrás.
Dany morava no estado vizinho. Ele tinha uma vida normal, mãe e pai, uma
família feliz como a maioria conhece. Estava tudo correndo bem, até que a mãe
dele morreu de câncer. Uma grande perda. A família se desestruturou
completamente assim como o próprio Dany. O pai dele começou a beber
compulsivamente, chegava praticamente todas as noites bêbado em casa e começava
a quebrar tudo o que via pela frente enquanto não dormia. Mas, tudo estava
prestes a piorar. Numa noite, o pai dele foi para um bar e usou ecstasy
juntamente com a bebida. Estava mais descontrolado que nunca. Quando chegou em
casa, Dany estava em seu quarto, preparando-se para dormir. Mas o pai dele
entrou lá, trancou a porta e...
-E... O que aconteceu? – perguntou Rachel
-Arrancou o pijama de Dany, bateu nele e o estuprou.
Depois o ameaçou dizendo que se contasse para a polícia ou algo assim, ele
morreria. Foi difícil para ele. Após isso, Dany decidiu fugir de casa. Ele
esperou e se preparou por algumas noites. Quando o pai estava caído de bêbado,
ele pegou suas coisas e todo o dinheiro que tinha e fugiu. Foi para a
rodoviária, pegou um ônibus e veio para nosso estado. Mas, como não conhecia
ninguém por aqui e não conseguiu emprego algum, ficou por uns dias nas ruas.
Até que ele encontrou meu clube e ele se candidatou ao emprego de stripper.
Conversamos e ele me contou toda a sua história. Fiquei muito chocado. Acabamos
por nos tornar amigos.
Mesmo assim,
quando ele falou sobre o emprego, fiquei relutante, apesar de aparentar ser um
pouco mais velho por causa da altura ele estava prestes a fazer apenas 16 anos,
mas quando ele subiu no palco e começou a cantar e dançar, eu vi toda a garra
estava dentro dele e o deixei trabalhar. Assim, ele começou vida nova. Mudou o
corte de cabelo, o estilo das roupas e também arranjei uma identidade falsa e
ele começou vida nova. Dany começou a morar em uma espécie de “suíte” que tem
aqui, onde ele faria os programas mais tarde, e trabalhar no clube como
stripper me dando parte dos lucros. Depois, quando ficou mais velho que ele
decidiu fazer programas para ganhar mais dinheiro e adiantar a compra de seu
apartamento. Apesar de gostar daqui, ele não queria essa vida para sempre,
afinal quem quer? Isso demorou um pouco, mas ele conseguiu. Com o strip tease e
os programas, ele lucrou o suficiente. Bem, é isso. – conclui a história
Rachel e Kurt estavam em prantos. Não sabiam como
reagir. Tudo era doloroso demais, era difícil digerir uma situação assim. Tanta
dor, angústia, sofrimento. Eles não conseguiam nem ao menos imaginar como era
estar na pele de seu amigo:
-E o pai dele? O que houve? – perguntou Rachel
-Bem, ele procurou Dany pelo estado todo, colocou
anúncios em jornais, revistas e foi até para a televisão, mas Dany estava
diferente e com identidade falsa, além disso, todo mundo aqui no clube protegia
e escondia ele, então, ninguém o encontrou. Eles nunca mais se encontraram. O
pai dele acabou desistindo de procurar e provavelmente agora acha que ele está
morto, apesar de Dany ainda estar apenas dado como desaparecido.
-E porque você foi à escola? – perguntou Kurt
-Fingi que era o pai dele e assinei um documento lá.
– explicou Tommy
-Meu Deus... Essa história é mais triste do que eu
pensava. Como ele conseguiu sobreviver a tudo isso? Sinto dor só de pensar em
tudo o que ele passou... – chorou Rachel
-Sim, é realmente complicado. Ele não sabe mais o
que é amor. Depois que a mãe morreu, ele desconhece completamente esse
sentimento, foi um problema atrás do outro. Nos últimos anos, eu praticamente
fui o único amigo que ele teve – disse Tommy
-Eu estou completamente sem palavras... – disse Kurt,
emocionado
-Por isso vocês são essenciais para ele agora. Eu
imploro a vocês dois, não o deixem sozinho. Ele precisa mais do que nunca de
amigos nesse momento de recomeço. Ele gosta muito de vocês, principalmente de
você, Rachel. Façam com que ele conheça o amor, novamente. Não o abandonem. –
pediu Tommy
Rachel e Kurt seguraram cada um na mão de Tommy e
prometeram:
-Fique tranqüilo, agora ele tem uma nova família.