E assim, ela seguiu até o quarto. Passou por um
corredor iluminado com neon, até encontrar a porta. Ela estava muito nervosa,
afinal, como ela iria conversar com ele? Será que ele reagiria bem? Muitas
perguntas estavam deixando Rachel nervosa, mas, não podia recuar agora. Não,
não podia e não iria. Bateu à porta três vezes. Foi quando... :
- E aí, gata? – disse ele, que estava usando apenas
um roupão de banho
- Ah... Olá. Eu... eu me chamo Rachel Berry...
Podemos conversar? – perguntou, nervosa
- Olha, os programas só começam daqui 30 minutos, eu
já disse. Preciso desse tempo pra me preparar para tudo, senão...
- Não, não, não é nada disso. Eu não vim para o
programa...
- Ah, entendi. Você veio marcar um atendimento em
casa. Fique tranqüila, eu posso marcar para qualquer dia, menos de Domingo. Vou
pegar minha agenda...
- Não, não. Eu realmente não quero programa...
- Bem, então...
- Eu realmente quero conversar com você.
- Se for pra fazer algum documentário, se manda
daqui!
- O quê? Não é nada disso. Fique calmo. Eu sou
estudante, eu só queria conversar com você, mesmo.
- Se for só isso, então entre.
Ao abrir completamente as portas do quarto, eu
delicioso perfume foi sentido por Rachel, que entrou lentamente pelo belo
aposento. Era uma mistura de quarto com camarim, era um aposento de tamanho
médio, as paredes azuis, um grande guarda roupa, uma cama de casal em formato
de coração, o camarim ficava ao lado com os mais diversos acessórios. Logo
depois, via-se uma outra porta que dava acesso ao banheiro. Era um lugar muito
bem cuidado. Logo que Rachel entrou, Daniel a convidou para sentar na cama:
- Bem, Rachel. Pode começar.
- Daniel, eu...
- Não, não. Pode me chamar de Dany.
- Dany... Eu vi sua apresentação hoje, e devo dizer
que... fiquei muito surpresa.
- Ah, puxa. Muito obrigado. A coreografia foi bem
complicada, mas valeu a pena fazer.
- Não estou falando da coreografia, do figurino ou
algo assim. Estou falando da sua voz. Você canta maravilhosamente bem. Claro
que precisa de treino, afinal, você teve uma leve desafinada em um pedaço do refrão,
mas em geral, você foi fantástico.
- Sabe... você foi a primeira pessoa que me veio
elogiar pela minha voz. A maioria vem dizer que eu estava um tesão ou algo do
tipo – disse ele rindo
- Entendo. Mas, você realmente canta muito bem,
Dany. É um garoto muito talentoso. Quem dera todos os garotos do coral em que
participo se empenhassem como você. Mas, Dany, eu gostaria de saber... como
você veio parar aqui? Quantos anos você tem, afinal?
- O que é isso? Você é do C.S.I. por acaso é? –
falou exaltado
- Não, por favor, não fique bravo. Me desculpe. Por
favor, eu não quero me intrometer em sua vida ou algo do tipo, mas é que...
seus olhos, seu rosto... apesar de tudo, suas roupas, sua presença, eu notei
que você não parece ser tão mais velho que eu ou algo do tipo. Por isso, eu
quis saber sua idade.
- Ah, bem...você acertou, eu não sou tão mais velho
que você. Eu vou fazer 18, na semana que vem. Mas vê se não abre o bico hein?!
- Meu Deus, você é ainda mais novo do que eu
imaginava! Como você conseguiu entrar aqui?
- Sabe como é: aqui a cidade pequena, muito pequena,
fiscalização quase inexistente. Foi fácil.
- Mas por quê? Por quê? – disse Rachel, preocupada
- Não é problema seu. Não preciso dar satisfação do
meu passado a ninguém!
- Você... você tem razão, me desculpe. Mas... Dany,
não consigo não me preocupar com sua situação. Você é tão jovem, tão talentoso.
E está numa situação tão complicada.
- Olha, eu já estou assim há algum tempo já. Estou
acostumado. E daqui a duas semanas, provavelmente, eu vou parar de trabalhar
aqui. Só estou trabalhando pela moradia, mas estou prestes a comprar um
apartamento e sair desse lugar. Mas não se preocupe. Eu tomo conta de mim
mesmo. Sempre tomei.
- Dany, você parou de estudar em qual série?
- No 1º colegial. Por quê?
Rachel tinha um plano. Poderia ser arriscado, mas
ela sentia que, finalmente, tocaria a vida de alguém de uma maneira profunda. E
positiva. Precisava ao menos tentar:
- Você conhece o colégio William McKinley?
- Sim, ele não fica muito longe daqui. Já passei
algumas vezes lá em frente.
- Tenho uma proposta pra você: o que acha de você
voltar a estudar?
- Como assim?
- Eu sou estudante do colégio William McKinley, e
faço parte de um coral de lá chamado “New Directions”. Tenho certeza que você
gostaria muito, seu talento seria bem aproveitado. E seria uma boa chance de
você terminar seus estudos. Além disso,
eu não quero mais te ver nessa situação, Dany. Eu não sei bem sobre sua história,
mas tenho certeza que a vida que você vive agora não é a quê gostaria de ter,
senão não estaria fazendo planos para sair daqui. Por favor, deixa eu te
ajudar.
- Não sei bem, preciso pensar...
- Dany, essa é sua chance. É uma oportunidade que
foi dada para você mudar de vida. Pelo o quê você disse você está prestes a
sair daqui, comprar seu apartamento e, talvez, encontrar outro emprego, por que
não voltar a estudar? O coral está de braços abertos te esperando. Por favor,
me deixa te ajudar a mudar sua vida.
- Afinal, garota, o quê você quer? Virou a Madre
Tereza de Calcutá agora?
- Não, não é isso... Pra ser sincera, quando vi você
se apresentando, fiquei praticamente hipnotizada com tanto talento, não
consegui te tirar da cabeça, sabia que precisava te ver, e até achei que você
seria um bom participante do coral.
- Ah, agora está explicado. Você é mais uma idiota
egoísta que...
- Mas espere! Espere! – Rachel o interrompe. –
Depois, quando parei pra pensar melhor, eu realmente vi que isso era muito
maior do que competições de canto. Você precisa de ajuda Dany, você está
exposto a grandes perigos vivendo nesse ambiente. Drogas, sexo, bebidas,
doenças sexualmente transmissíveis... Você não devia estar aqui, jamais! Você
tem a chance de ter uma vida melhor, uma vida brilhante. Você pode usar todo o
seu talento para coisas muito maiores do que isso. Por isso, estou decidida a
te chamar para estudar na William McKinley e te colocar como novo integrante do
coral. O que acha?
Os olhos de Dany começaram a arder. “O que é isso?
Não pode ser...”, pensou o garoto. Na tentativa de não transparecer o choro,
ele vira de costas para Rachel e responde:
- Nos encontramos amanhã de manhã, na frente da sua
escola, às 7 da manhã para eu me matricular. Você vai precisar me dar algumas
instruções.
Rachel dá um grande grito de alegria e vibra como
nunca:
- Oh meu Deus! Estou tão feliz, Dany. Mal posso
esperar
Ela o abraça por trás e dá um beijo em sua bochecha.
- Agora me dá licença que eu preciso trabalhar
- Ah sim, claro. Até mais.
Ela abre a porta, ainda com um grande sorriso no
rosto:
- Rachel...
- Sim, Dany
- Obrigado...
Aquilo foi o suficiente para alegrar a noite de
Rachel. Enquanto caminhava para casa, ela pensava: “Quem diria... Vim aqui para
esquecer meus problemas e acabei ajudando uma pessoa a solucionar os seus. Se
bem que, de fato, eu esqueci meus problemas! Acho que grandes coisas estão para
acontecer.”
corredor iluminado com neon, até encontrar a porta. Ela estava muito nervosa,
afinal, como ela iria conversar com ele? Será que ele reagiria bem? Muitas
perguntas estavam deixando Rachel nervosa, mas, não podia recuar agora. Não,
não podia e não iria. Bateu à porta três vezes. Foi quando... :
- E aí, gata? – disse ele, que estava usando apenas
um roupão de banho
- Ah... Olá. Eu... eu me chamo Rachel Berry...
Podemos conversar? – perguntou, nervosa
- Olha, os programas só começam daqui 30 minutos, eu
já disse. Preciso desse tempo pra me preparar para tudo, senão...
- Não, não, não é nada disso. Eu não vim para o
programa...
- Ah, entendi. Você veio marcar um atendimento em
casa. Fique tranqüila, eu posso marcar para qualquer dia, menos de Domingo. Vou
pegar minha agenda...
- Não, não. Eu realmente não quero programa...
- Bem, então...
- Eu realmente quero conversar com você.
- Se for pra fazer algum documentário, se manda
daqui!
- O quê? Não é nada disso. Fique calmo. Eu sou
estudante, eu só queria conversar com você, mesmo.
- Se for só isso, então entre.
Ao abrir completamente as portas do quarto, eu
delicioso perfume foi sentido por Rachel, que entrou lentamente pelo belo
aposento. Era uma mistura de quarto com camarim, era um aposento de tamanho
médio, as paredes azuis, um grande guarda roupa, uma cama de casal em formato
de coração, o camarim ficava ao lado com os mais diversos acessórios. Logo
depois, via-se uma outra porta que dava acesso ao banheiro. Era um lugar muito
bem cuidado. Logo que Rachel entrou, Daniel a convidou para sentar na cama:
- Bem, Rachel. Pode começar.
- Daniel, eu...
- Não, não. Pode me chamar de Dany.
- Dany... Eu vi sua apresentação hoje, e devo dizer
que... fiquei muito surpresa.
- Ah, puxa. Muito obrigado. A coreografia foi bem
complicada, mas valeu a pena fazer.
- Não estou falando da coreografia, do figurino ou
algo assim. Estou falando da sua voz. Você canta maravilhosamente bem. Claro
que precisa de treino, afinal, você teve uma leve desafinada em um pedaço do refrão,
mas em geral, você foi fantástico.
- Sabe... você foi a primeira pessoa que me veio
elogiar pela minha voz. A maioria vem dizer que eu estava um tesão ou algo do
tipo – disse ele rindo
- Entendo. Mas, você realmente canta muito bem,
Dany. É um garoto muito talentoso. Quem dera todos os garotos do coral em que
participo se empenhassem como você. Mas, Dany, eu gostaria de saber... como
você veio parar aqui? Quantos anos você tem, afinal?
- O que é isso? Você é do C.S.I. por acaso é? –
falou exaltado
- Não, por favor, não fique bravo. Me desculpe. Por
favor, eu não quero me intrometer em sua vida ou algo do tipo, mas é que...
seus olhos, seu rosto... apesar de tudo, suas roupas, sua presença, eu notei
que você não parece ser tão mais velho que eu ou algo do tipo. Por isso, eu
quis saber sua idade.
- Ah, bem...você acertou, eu não sou tão mais velho
que você. Eu vou fazer 18, na semana que vem. Mas vê se não abre o bico hein?!
- Meu Deus, você é ainda mais novo do que eu
imaginava! Como você conseguiu entrar aqui?
- Sabe como é: aqui a cidade pequena, muito pequena,
fiscalização quase inexistente. Foi fácil.
- Mas por quê? Por quê? – disse Rachel, preocupada
- Não é problema seu. Não preciso dar satisfação do
meu passado a ninguém!
- Você... você tem razão, me desculpe. Mas... Dany,
não consigo não me preocupar com sua situação. Você é tão jovem, tão talentoso.
E está numa situação tão complicada.
- Olha, eu já estou assim há algum tempo já. Estou
acostumado. E daqui a duas semanas, provavelmente, eu vou parar de trabalhar
aqui. Só estou trabalhando pela moradia, mas estou prestes a comprar um
apartamento e sair desse lugar. Mas não se preocupe. Eu tomo conta de mim
mesmo. Sempre tomei.
- Dany, você parou de estudar em qual série?
- No 1º colegial. Por quê?
Rachel tinha um plano. Poderia ser arriscado, mas
ela sentia que, finalmente, tocaria a vida de alguém de uma maneira profunda. E
positiva. Precisava ao menos tentar:
- Você conhece o colégio William McKinley?
- Sim, ele não fica muito longe daqui. Já passei
algumas vezes lá em frente.
- Tenho uma proposta pra você: o que acha de você
voltar a estudar?
- Como assim?
- Eu sou estudante do colégio William McKinley, e
faço parte de um coral de lá chamado “New Directions”. Tenho certeza que você
gostaria muito, seu talento seria bem aproveitado. E seria uma boa chance de
você terminar seus estudos. Além disso,
eu não quero mais te ver nessa situação, Dany. Eu não sei bem sobre sua história,
mas tenho certeza que a vida que você vive agora não é a quê gostaria de ter,
senão não estaria fazendo planos para sair daqui. Por favor, deixa eu te
ajudar.
- Não sei bem, preciso pensar...
- Dany, essa é sua chance. É uma oportunidade que
foi dada para você mudar de vida. Pelo o quê você disse você está prestes a
sair daqui, comprar seu apartamento e, talvez, encontrar outro emprego, por que
não voltar a estudar? O coral está de braços abertos te esperando. Por favor,
me deixa te ajudar a mudar sua vida.
- Afinal, garota, o quê você quer? Virou a Madre
Tereza de Calcutá agora?
- Não, não é isso... Pra ser sincera, quando vi você
se apresentando, fiquei praticamente hipnotizada com tanto talento, não
consegui te tirar da cabeça, sabia que precisava te ver, e até achei que você
seria um bom participante do coral.
- Ah, agora está explicado. Você é mais uma idiota
egoísta que...
- Mas espere! Espere! – Rachel o interrompe. –
Depois, quando parei pra pensar melhor, eu realmente vi que isso era muito
maior do que competições de canto. Você precisa de ajuda Dany, você está
exposto a grandes perigos vivendo nesse ambiente. Drogas, sexo, bebidas,
doenças sexualmente transmissíveis... Você não devia estar aqui, jamais! Você
tem a chance de ter uma vida melhor, uma vida brilhante. Você pode usar todo o
seu talento para coisas muito maiores do que isso. Por isso, estou decidida a
te chamar para estudar na William McKinley e te colocar como novo integrante do
coral. O que acha?
Os olhos de Dany começaram a arder. “O que é isso?
Não pode ser...”, pensou o garoto. Na tentativa de não transparecer o choro,
ele vira de costas para Rachel e responde:
- Nos encontramos amanhã de manhã, na frente da sua
escola, às 7 da manhã para eu me matricular. Você vai precisar me dar algumas
instruções.
Rachel dá um grande grito de alegria e vibra como
nunca:
- Oh meu Deus! Estou tão feliz, Dany. Mal posso
esperar
Ela o abraça por trás e dá um beijo em sua bochecha.
- Agora me dá licença que eu preciso trabalhar
- Ah sim, claro. Até mais.
Ela abre a porta, ainda com um grande sorriso no
rosto:
- Rachel...
- Sim, Dany
- Obrigado...
Aquilo foi o suficiente para alegrar a noite de
Rachel. Enquanto caminhava para casa, ela pensava: “Quem diria... Vim aqui para
esquecer meus problemas e acabei ajudando uma pessoa a solucionar os seus. Se
bem que, de fato, eu esqueci meus problemas! Acho que grandes coisas estão para
acontecer.”
